Ontem o Passado veio tomar um chá. Deu duas leves batidas na minha porta. Toc toc. Atendi pelo olho mágico, tentando fazer um reconhecimento prévio. Será que deixo entrar ou cancelo tudo por aqui mesmo? Perguntei-me exaustivamente. Então, sorrateiro como Passado é, cantou – me a mais bela das serenatas. No começo, resisti e só escutei poucas notas. Grande erro. As notas foram tornando-se melodia aos meus ouvidos, e logo estava cantando a canção. Logo, a porta estava aberta e o Passado estava sentado no sofá com os pés na mesinha de centro, pedindo que eu alcançasse uma cerveja para ele. E que estivesse bem gelada, claro. E o nosso chá? Indaguei. E com um sorriso torto o Passado me disse para parar de reclamar e beber com ele. E esperto como é, sabia que eu não resistiria à companhia dele. Não havia uma hora de sua chegada e o Passado já tinha me ganho. Inundou-me de risos e lágrimas. Me fez acreditar que sem ele não iria conseguir continuar. E do nada, levantou-se e fo