Ontem o Passado veio tomar um chá. Deu duas leves batidas
na minha porta. Toc toc. Atendi pelo olho mágico, tentando fazer um
reconhecimento prévio. Será que deixo entrar ou cancelo tudo por aqui mesmo? Perguntei-me
exaustivamente.
Então, sorrateiro como Passado é, cantou – me a mais bela
das serenatas. No começo, resisti e só escutei poucas notas. Grande erro. As
notas foram tornando-se melodia aos meus ouvidos, e logo estava cantando a
canção.
Logo, a porta estava aberta e o Passado estava sentado no
sofá com os pés na mesinha de centro, pedindo que eu alcançasse uma cerveja
para ele. E que estivesse bem gelada, claro.
E o nosso chá? Indaguei. E com um sorriso torto o Passado
me disse para parar de reclamar e beber com ele. E esperto como é, sabia que eu não resistiria
à companhia dele.
Não havia uma hora de sua chegada e o Passado já tinha me
ganho. Inundou-me de risos e lágrimas. Me fez acreditar que sem ele não iria
conseguir continuar. E do nada, levantou-se e foi embora. Sem adeus, sem um
beijinho de boa noite. Semana que vem ele volta. Ele tem ciúmes demais do
Futuro para não voltar.
Comentários
Sabe aquilo de texto universal? pois é, beeem isso. Fala com os nossos mais profundos sentimentos, de todos nós que temos coração.
Senti saudade de ler teus escritos.
Beijim, seu amigo aqui do norte, haha
@henriqueandradi
Beijos.
http://livrosleituraseafins.blogspot.com.br